Tenho andado tão distraída, quase que perdida no caminho.
Mas depois que a minha boca encontrou com a sua, nada mais foi igual.
Eu não sinto vontade de anunciar o que eu sinto, não quero fazer alarde com palavras nem com gestos.
Eu, que sempre fui ligada em data, não me lembro do dia do nosso primeiro beijo. Só me lembro do calor daquela noite e de como a minha barriga doía quando cheguei em casa, depois de dar tantas risadas.
Lembro também de como me sentia bem na sua presença e de como parecia que nos conhecíamos desde a maternidade.
Você chegou tão de repente, e eu andava ainda assim, tão distraída. De cabeça baixa, mexendo no celular. Tão nem aí pro amor, pra vida...
Acalmou meu coração. Trouxe paz. Regou as sementes, quase mortas, do jardim da minha alma. As viu florescer...
Me explicou sem nenhuma palavra, que no silêncio, a gente é bem mais feliz mesmo. Que felicidade baixinha deixa tudo mais gostoso.
Me fez entender que a gente pode ter tudo com uma pessoa, mas se não tiver química, esquece... Só vira poema mesmo, porque amor, nunca haverá de ser.
Me deixou livre pra ser quem eu sou. Aceitou isso numa boa (como se eu fosse normal, rs) e o pior, se encantou por isso.
Mostrou o porquê nada dera certo outrora, antes de você aparecer...
Hoje, os destino nos separa.
Não sei se por uma semana, um mês, dez anos ou algumas vidas.
O que eu sei, é que não muito importa o que será daqui pra frente...
Todas as vezes que eu ouvir o seu nome, lembrarei de como você me fez sentir.
Lembrarei de todas as vezes que você juntou os pedaços do meu coração com um abraço, de todas as vezes que – com palavras – você regou as flores do jardim da minha alma...
Lembrarei do seu cheiro, tão seu e das lágrimas que derramei naquela sua camiseta branca, naquela segunda-feira que a lua 'sorria', lembra?
Talvez, eu seja o ponto em excesso (amo reticências) e você a virgula (que ama pausas) e juntos, como ponto e virgula, daremos uma pausa maior, para recuperar o fôlego e prosseguir, sabe-se lá Deus como.
Perdidos em abraços que não vão aquietar a alma. Pensando onde o outro está, que não está aqui, para compartilhar desse momento. Penando para entender o porquê de não ser agora... Mas a melhor parte, de tudo isso, é que o reencontro é certo.
Almas gêmeas se distraem, mas não se perdem nunca!