sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Uma carta ao moço


Eu costumava gostar mais de pessoas, costumava me apaixonar mais fácil por elas, me deixar encantar levemente. Mas sabe, depois que você passou por aqui, que difícil tem sido te procurar, mesmo que inconscientemente, em cada novo alguém que aparece.
Por que será que a barba daquele rapaz de outro dia, mesmo sendo mais bonita que a sua, não acariciava minha pele daquele jeito gostoso que a sua fazia? Por que será que ninguém me deixa tão a vontade daquele jeito, pra ser eu mesma numa boa? Por que será que ninguém me diverte tanto em uma semana, como você me divertia em minutos? 
Sabe, eu morro de pena de quem passa por aqui depois de você e não tem coragem de ficar. Eu até entendo, mas como dói. Dá vontade de sair correndo atrás dessa pessoa, implorando pra ela voltar e dizer: "Desculpa meu bem, não vai não, eu sei que a barra é pesada, mas não desiste de mim assim. Juro que eu não costumava ser tão pouco, mas é que passou um moço aqui antes de você e veja só o estrago que ele deixou... Levou tudo de vez pra ele. EGOÍSTA! Levou o melhor de mim e não deixou nada além de um pouquinho de inspiração e uma caixinha de sapato cheia de lembranças.
Talvez tenha deixado um pouco de dor misturada com saudade, um pouco de mão na cintura com cheiro no pescoço. Deixou pouco dele, em cada nova linha que surge. Talvez até tenha deixado um pouco de indiferença, mas eu não me importo, porque nele eu deixei amor e em mim, ele deixou marcas, vestígios, vontade de viver tudo aquilo novamente. Mas fica, tenta apagar ele dessas dolorosas lembranças, por favor!"
E como é complicado, a gente passar noites escrevendo pra um alguém, que pode estar lendo tudo isso nos braços de um outro alguém, que muito melhor do que eu, lhe têm. Como faz doer ter que escolher entre me amar ou amá-lo em primeiro lugar.
Pois é moço, se acaso estiveres lendo desta vez, saiba que depois de ti, o que me restou, foi inspiração pra continuar tudo isso aqui... E mais nada. 
E mesmo assim, não foi suficiente pra te fazer ficar...

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Faça por você, porque a minha onda eu seguro...

Mas pode ir, vai com Deus. Pode deixar que a minha onda eu seguro, me viro, sofro um bocado até passar. Eu já tô acostumada mesmo. Estranho seria se você me fizesse bem.
Vai, me dê as costas e segue teu caminho, não precisa ter pena e nem olhar pra trás, mesmo não parecendo, mesmo eu não gostando, eu também sei me virar bem sozinha. 
Vai conhecer gente nova, provar de outros sabores, se aqui já não encontras mais paz de aquietar o coração, vá procurar onde ele se agite feliz ao menos.
Faz tudo que tens vontade e sorria, lembra que meu sofrimento é por sua alegria, não me desaponte! 
Não precisa ter medo de mostrar o quanto é feliz sem mim, porque a minha onda eu seguro, pode doer, mas eu dou meu jeito de sentir dor em paz, pode crer.
Mesmo que me custe noites a fio, e refeições durante algumas semanas, a dor tem prazo de validade, assim como teve o nosso amor...
Você não foi o primeiro nem o ultimo, ah não foi mesmo e esse filme eu já vi antes, sei que dói, sei a gente sente e às vezes, até parece que não vai parar de doer nunca, mas uma hora passa, como se nunca tivesse acontecido. Fica aquele vago pensamento de: ‘Foi por isso que eu sofri tanto?’ com um sorriso no canto do rosto, quase de deboche, pois é...
Afinal, tudo passa, até o que faz mal... E eu, bom eu sei segurar bem a minha onda meu bem, pode crer que sei sim!