E há quem jurasse que
éramos felizes, quem jurasse que duraria para sempre. Eu também jurava que ia
ser assim. Que teríamos uma casinha numa rua tranqüila, pra poder brincar com
as crianças num domingo ensolarado. Que eu te xingaria todas as vezes que você
entrasse com pé sujo na casa limpa. Que te bateria com a toalha que eu pegasse
molha em cima da nossa cama de casal, não tão grande assim, pra poder dormir
mais pertinho, coladinho.
Eu
jurava que tudo isso ia se concretizar, e até depois do fim, permaneci acreditando
que sim, que ia ter você pra mim. Que tudo era uma briga besta e mal resolvida,
que logo que a tempestade acalmasse, tudo voltaria ao seu lugar.
Engano
meu. O vento passou, levou tudo pra bem longe. Quebrou tudo que era sensível e
deixou vítimas, muitas vítimas.
Levou
com ele também meu ego, meu orgulho e minha falta de vergonha na cara. Porque
até hoje, não to sabendo o que fazer sem você. Vivo implorando pra você voltar,
de qualquer jeito que seja...
Queria
eu, ter controle do tempo, do vento e fazer ele voltar, trazendo de volta tudo
que ele levou pra ele.
Quem
disse que ele tinha esse direito? Quem disse que ele podia fazer assim? Levar
pra ele o que era meu...
Meu? Nada nunca foi meu. Nem se por acaso durasse o
dobro, não seria.