segunda-feira, 23 de março de 2015

Nem sempre a gente vive. Às vezes a gente só sente.


Você pega minha mão, olha no fundo dos meus olhos e como se quisesse me alertar do perigo diz: "Não se apaixone por mim, não faça isso, estou cansado demais para retribuir", mas não me diz como não fazê-lo.
Por que mesmo você precisava ser assim tão parecido comigo, até nas imperfeições? Qual a necessidade de me alertar sobre minha paixão platônica?
Você não vê, mas me expor suas feridas, seu cansaço, sua falta de crença no amor, ao invés de me afastar, só me aproxima cada vez mais de você. Afinal, hoje em dia quem é que tem coragem pra tudo isso?
Pra que um sorriso tão aberto e um humor tão irônico? Qual a necessidade de eu te conhecer justo agora, que não dava pra você?
Você me faz um carinho, um elogio, reconhece meus esforços, mas não me ilude, me deixa com pés firmes no chão... Que raiva.
Você podia ter um ataque de canalhice, me fazer acreditar que o 'a gente' existe também pra você, só pra alegrar um coraçãozinho que anseia um amor correspondido, mesmo que de mentirinha. Podia fazer tudo isso, e sumir depois, pra eu não ter escolha senão a de te esquecer, te amaldiçoar por ter me enganado tão bem. Mas não, você fica! faz a cena do bom moço, me aconselha, compartilha de opiniões tão minhas, me apaixona mais e volta a me dizer que não é isso que você quer, nem pra mim, nem pra você porque está cansando.
Que vontade eu tenho de te dizer que não há cansaço que me afaste, que vontade me dá de dizer que se você estivesse disposto, eu amaria por dois... Pena que eu sei o fim de historias assim. Seria mais fácil você me contagiar com seu cansaço, do que eu com meu amor te envolver.
Ainda assim, aceito o que é me dado espontaneamente, carinho, atenção e afeto, na medida que devem ser e procuro não ver mais do que realmente são...

Porque você sabe, se tem um gente que vê encanto em coisas inexistentes, aaah essa gente é gente apaixonada (sorriso largo, de preferencia o seu)