terça-feira, 3 de março de 2015

A via é de mão única.



Não adianta me esperar, porque eu não vou voltar. Quando nossas vidas chegaram naquela bifurcação, eu peguei a via de mão única e te avisei que não haviam chances de eu dar meia volta depois que colocasse meu pé naquela rua. Que mesmo cansada, depois de correr uma maratona atrás de você, nem que fosse pra chegar na primeira esquina, sentar e chorar, eu não voltaria pro 'sentido errado'. Eu não infringiria as minhas leis!
E olha que ironia, não haviam retornos. Quando notei que as demais ruas levavam pra caminhos tão diferentes daquele que havia saído, tudo aquilo me encantou. Passar por jardins floridos, tão mais encantadores e perfumados. Observar os sorrisos e a solidariedade daqueles que me viam passar sem rumo e logo me acolheram... Olha, eu não sabia que você gostava tanto de mim! Porque afinal de contas, só alguém que gosta muito da gente faz esse tipo de coisa né?! Mandar a gente seguir em frente, de vez... Mandar a gente pra um lugar maravilhoso, que jamais teria oportunidade de conhecer se estivesse insistido em andar junto naquela rua cinza e seca, cheia de asfalto remendado e pedras chatas incomodando os sapatos. 
Obrigada por querer meu bem. Obrigada por me libertar pra viver o melhor.
Hoje, andando firme e tranquila, vejo que realmente, essa rua era estreita demais para nós dois e não haveria espaço para andarmos lado a lado nela. É uma via de mão única rapaz!
E não tem grito nem sussuro seu que me fará infringir essa lei. Se foi pra frente que me mandou andar, então é pra lá que estou indo, certa de que o que me espera, é muito melhor do que o que eu deixei. Ainda assim, não tenho pressa ao caminhar. Aprendi que o que for nosso, encontra nosso caminho, por mais demorado que seja, por mais cansado que estejamos, quem tiver que passar, passa; quem tiver que ficar, fica. E mesmo que tenha tomado aquele caminho sem saber o porque, se for nosso, não exita em acelerar o passo pra nos encontrar ou desacelerá-lo para nos acompanhar...
E mesmo quando entre uma rua ou outra, alguma lembrança sua me dê vontade de regredir, eu lembro que o sentido é único, pra frente e não há mais tempo, nem tampouco motivos pra voltar.
A VIA, É DE MÃO ÚNICA RAPAZ! Não perca seu tempo me esperando voltar atrás!